Arnaldo Pedroso d’Horta (São Paulo, 5 de dezembro de 1914 – 29 de dezembro de 1973) teria feito 100 anos em 2014, mas só pôde viver pouco mais que a metade desse tempo. Em 59 anos de vida, foi militante político, jornalista, escritor, artista plástico, crítico de arte e agente cultural, entre as décadas de 1930 e 70. Esse período incluiu a criação da Faculdade de Filosofia da USP (1934) e a fundação dos principais museus de arte da cidade de São Paulo, como o MASP (1947) e o MAM (1948), do qual ele foi diretor e membro da comissão artística. Sócio fundador da Associação Brasileira de Escritores, atuou como delegado paulista no 1º Congresso da ABDE, em 1945, em São Paulo, no qual surgiu a Declaração de Princípios, manifestação com reflexo nos fatos que culminaram no fim da ditadura Vargas.

O seu foi um tempo de intensa atividade política, intelectual e crítica, desenvolvida em revistas especializadas e nos principais jornais nacionais, estimulando polêmicas que se estendiam em alguns bares do centro da cidade e em casas particulares. Democrata militante, ajudou a criar o Partido Socialista Brasileiro. De personalidade agregadora, era um solitário com necessidade cotidiana dos amigos. Fazia parte de um grupo de intelectuais discretos, mas profundamente transformadores da vida cultural do país, como Sérgio Milliet, Luis Martins, João Cruz Costa, Lourival Gomes Machado, Paulo Emílio Salles Gomes, Ruy Coelho, Azis Simão, Sérgio Buarque de Holanda, Antonio Candido e Alfredo Mesquita, para lembrar alguns dos seus amigos.

Aqui você poderá conhecer um pouco mais sobre a produção artística, os escritos sobre política nacional, política internacional e crônicas desse artista e intelectual que percorreu o mundo todo, mas que era profundamente ligado a São Paulo. Prolífico escritor de cartas, também se pode acompanhar nelas a discussão de temas políticos, os bastidores da vida cultural e questões da criação artística, temas que constituem um amplo e inédito repertório de informações.

Vera d’Horta, 2015

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